Há quem fique para a história. Há quem parta cedo demais e nos deixe um legado cultural e musical inigualável. É o caso da artista luso-cabo-verdiana, Sara Tavares, que esta semana nos presenteia com a canção que deu voz a Portugal e ao mundo: “Chamar a Música”.

Mulher. Cantora. Compositora. Luso-cabo-verdiana. Dona de si.

Sara Tavares nasceu com o bichinho da música e apareceu no cenário musical português em 1994, com apenas 16 anos, ao vencer o concurso “Chuva de Estrelas”, da SIC. A cantar “One Moment Time” ficou conhecida como a Whitney Houston portuguesa.

No mesmo ano, voltou às medalhas e conquistou o primeiro lugar no Festival da Canção, valendo-lhe a representação portuguesa na Eurovisão com a canção “Chamar a Música”. Terminou, assim, em oitavo lugar, com 73 pontos.

Chamar a música
Tê-la aqui tão perto
Como o vento no deserto
Acordado em mim

Sara Tavares foi o verdadeiro símbolo da fusão musical ao misturar vários estilos e tradições, desde o funk, pop, soul e gospel às suas origens cabo-verdianas.

Abriu horizontes ao participar em várias bandas sonoras portuguesas de filmes da Disney, como “O Corcunda de Notre Dame” e “Hércules”, e através da procura por uma ligação a músicas africanas não ocidentalizadas.

Vou chamar a música
Encontrar à flor de mim
Um poema de cetim

“A menina que tratava a música por tu” despediu-se de Portugal e foi muito para além de Chamar a Música, foi a autêntica “prova de que a diversidade e a abertura são o oxigénio da vida cultural”.

Retrato de Sara Tavares – Fonte: Sapo Mag