Fogo em Alijó tem três frentes ativas. SIRESP falhou.

Deflagrou durante a madrugada deste domingo, foi dado como “dominado” ao início da tarde mas voltou a preocupar os bombeiros: o incêndio em Alijó tem três frentes ativas e ameaça quatro aldeias.

Por volta das 21h40, Carlos Magalhães, presidente da Câmara de Alijó, falava aos jornalistas, referindo que “a dimensão do fogo é gigantesca” e que o vento tinha mudado de direção, levando as chamas para sítios inesperados. 30 pessoas foram retiradas das aldeias de Chã, Vila Chã e Casas da Serra.

O autarca referiu que “o combate a este incêndio deveria ter começado em outubro” e que este é “o retrato do que não se deve fazer.  Estamos todos os anos a concentrar os meios de que dispomos no combate ao incêndio e, na prevenção, nada ou quase nada”, diz Carlos Magalhães.

A CMTV avança que quatro aldeias estão ameaçadas e a estrada nacional 212 e todas as estradas municipais estão cortadas. O mesmo canal avança que o fogo está progredir para o lado do concelho de Murça. Estão destacados 341 operacionais, apoiados por 108 viaturas.

SIRESP teve “falhas pontuais”

Ao início da noite, a Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC) confirmou que o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) falhou durante o combate às chamas em Alijó.

Carlos Magalhães disse aos jornalistas que houve mesmo “falhas, nomeadamente na organização de equipas no terreno e na identificação dos locais em chamas”. Em alguns pontos do concelho, a única forma de comunicação era o telemóvel. “Estive duas horas sentado só a ouvir e apercebi-me que a comunicação falha: não sabemos exactamente onde está posicionada cada equipa, onde está a arder. Às tantas, só recorrendo aos telemóveis é que se consegue comunicar”, disse o autarca.

Carrinha do SIRESP a caminho de Alijó. -Bruno Fernandes

Uma unidade móvel, destacada no distrito do Porto, já chegou ao local mas ainda não se sabe quando estará ativa.

Patrícia Gaspar, adjunta do comando nacional da ANPC, confirmou as falhas mas disse que foram “pontuais” e não uma “falha global” da rede. A comunicação entre os Bombeiros  fez-se através da “rede BOB (Rede Operacional dos Bombeiros), que esteve sempre a funcionar”, disse, acrescentando que “quando se estabelece um plano de comunicações num teatro de operações, nunca é feito com exclusividade à rede SIRESP”.

Helicóptero caiu no combate às chamas

A meio da tarde, um helicóptero que combatia às chamas caiu na barragem de Alijó, tendo o piloto sofrido “escoriações ligeiras”, segundo o comunicado da ANPC.

Segundo o mesmo comunicado, o piloto detetou um problema “durante a manobra de enchimento do balde (…) tendo iniciado prontamente o despiste das causas da anomalia no seu funcionamento.” O piloto manteve-se “consciente e orientado”, tendo sido transportado para o hospital de Vila Real por precaução.

A Everjets, a empresa que opera os helicópteros, vai instaurar um inquérito ao incidente.