Esta semana, ouvimos "High Hopes", dos Pink Floyd, de 1994.

E assim começa:

Beyond the horizon of the place we lived when we were youngIn a world of magnets and miraclesOur thoughts strayed constantly and without boundaryThe ringing of the division bell had begun

Está dado o mote. Nostalgia e sonho de mãos dadas. Junte-se a clássica inocência da infância e assim se define, em poucas palavras, a canção “High Hopes” que os Pink Floyd lançaram em 1994, no álbum “The Division Bell”.

David Gilmour expande a trilogia da saudade: a relva era mais verde; os amigos por perto; as noites de sonho. O ritmo lento, suave, quase vagaroso, convida-nos exatamente a esse recordar que pode ser mais ou menos longínquo e que marca muitas das discussões que temos. É até recorrente explicarmos situações do presente com marcas profundas dessa infância que a banda britânica deixou imortalizada nesta canção.

Todo o videoclip mistura sonho com realidade

Numa entrevista ao site Far Out, o vocalista explicava isso mesmo: “High Hopes” era um tributo a uma memória muito específica, de quando Gilmour teve de sair de Cambridge, no Reino Unido, e todas as dificuldades que teve de ultrapassar. Aliás, a canção saiu numa época em que muitos duvidavam do sucesso dos Pink Floyd, depois da saída do icónico Roger Waters, em 1985, e que, aliás, passou recentemente por Portugal.

Longe dos inegáveis e já desgastados sucessos dos Pink Floyd, “High Hopes” revela uma mensagem que se torna abrangente quando todos já convocamos as memórias da nossa infância. Entre o inevitável balanço, que pode muito bem ser flutuante ao longo dos anos, esta canção sobreviverá ao teste do tempo, com uma melodia icónica, uma videoclip inspirador, de um homem que observa um campo vazio onde tudo se passa à frente dele. A metáfora de uma vida.