António Luís Gomes Valente iniciou o percurso académico na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro em 1988, na licenciatura de Engenharia Eletrotécnica. Em 1999 finaliza o mestrado em Eletrónica Industrial pela Universidade do Minho. Em 2003 obteve o grau de doutor em 2003 na UTAD, trabalhando na área de microssistemas para a agricultura.

Através de uma ligação da UTAD com o meio agrícola, os trabalhos principais de António Valente,  centram-se no desenvolvimento de sensores de captação de dados sobre as condições do solo. Com a idealização, projeção programação e acabamento dos sensores, António Valente percebeu o impacto e todos os aspetos positivos que o seu projeto apresentava, não so numa área agrícola, mas sim, em todo meio ambiente.

O dispositivo apresenta-se de pequeno porte e com interações nulas a mínimas no meio ambiente que foi desenvolvido para a medição e captação de diversas informações através de micro sensores que avaliam as condições de temperatura, humidade, pressão atmosférica e de CO2 existentes no local de aplicação.

Através de uma alimentação de energia solar, derivada de painéis solares incorporados, a parte eletrónica do dispositivo carrega e armazena energia numa bateria para que o dispositivo se mantenha funcional 24 sobre 24 horas. Com todos os sensores, os dados são recolhidos e enviados para uma Gateway, uma antena de transmissão que por sua vez, envia para um servidor onde os dados serão recolhidos, tratados e estudados com aplicação de um sistema de inteligência artificial, tudo através de um meio de transmissão de rede LoRaWan.

 

A aplicação da Rede LoRaWan facilita todo a transmissão deste tipo de dados, bem como uma parte económica do projeto, uma vez que, esta rede apresenta um custo muito reduzido e concebe um alcance enorme, por contraste a aplicação de outras maneiras de transmissão e captação, como a utilização de cartões que aumentariam o custo exponencialmente.

A colocação dos sensores em meios florestais para a detecção prévia de focos incendiários foi planejada e estrategicamente executada em zonas e pontos críticos florestais, com meios de combate ao incêndios e simulacros de fogo de modo a localizar as zonas de melhor transmissão dos dados, enaltecendo uma base de comparação para prever este tipo de fenómenos climáticos.

Este dispositivo apresenta inúmeras vantagens para o combate prévio dos incêndios, bem como a utilização em meio agrícola, sendo um sensor de multifuncionalidade com aplicações abrangentes e que apresentará ainda mais descobertas à UTAD, um verdadeiro laboratório vivo.

Entre 2013 e 2017 foi diretor do Departamento de Engenharia, e atualmente é Professor Associado com Agregação no Departamento de Engenharia da UTAD e em 2015 é indicado para presidente do ICARSC 2015 e organizador local da Robótica 2015, Vila Real, Portugal. Apresenta-se como investigador sénior do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e seu principal foco de atuação e investigação profissionais remete-se em sensores, sensores MEMS, microcontroladores e sistemas embarcados, com aplicações na agricultura e no ambiente, toda uma fauna e flora subjacente.

Autoria: Salomé Gonçalves e Noé Oliveira