Valorizar azeite do Douro com Certificação DOP
Vai ser criada comissão instaladora para pensar enquadramento legal, soluções técnicas e custos associados ao projeto.
O azeite produzido na região do Douro vai ter Denominação de Origem Protegida (DOP). O primeiro passo foi dado esta terça-feira, em Tabuaço, num esforço conjunto entre Autarquias, olivicultores e associações do setor.
Os participantes acordaram a criação de uma comissão instaladora que irá pensar no enquadramento legal da iniciativa, nas soluções técnicas e nos custos associados ao projeto.
O presidente da Câmara de Tabuaço, Carlos Carvalho, disse à agência Lusa que a certificação do azeite do Douro “é importantíssima para criar valor acrescentado na marca, no produto e em quem o produz” e poderá ajudar a “incrementar as vendas do azeite duriense”.
Valorizar o azeite que é produzido no Douro com a certificação DOP ou IGP (Indicação de Origem Protegida) “é um passo gigantesco para o consumidor perceber que está perante um produto de excelência”, ao mesmo tempo que “poderá abrir as portas a novos mercados, aumentando o volume de exportações bem como os preços de venda”, considerou o autarca.
Por sua vez, Francisco Pavão, presidente da Associação dos Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro (APPITAD), afirmou que a DOP significará “a valorização de um produto e de um território”, sublinhando que nesta primeira fase do projeto, é preciso perceber quais são as áreas que são diferentes das de Trás-os-Montes e que poderão vir a ser incluídas nesta nova Indicação Geográfica ou DOP.
José Manuel Amaral, presidente do conselho de administração da Cooperativa de Olivicultores de Tabuaço, acredita que a DOP poderá trazer mais-valias ao azeite, que poderá também vir a ser comercializado a melhores preços, até porque “num concelho como este, essencialmente agrícola e em que as pessoas vivem essencialmente do vinho e do azeite, o facto de poderem vender o azeite a um preço superior é muito bom e poderá, sem dúvida, abrir mais portas à comercialização”, afirmou.
De momento, apenas existe a DOP do “Azeite de Trás-os-Montes”, que engloba alguns concelhos durienses como Vila Flor, Vila Nova de Foz Côa, Carrazeda de Ansiães e Murça.
A cooperativa de Tabuaço possui cerca de 700 associados. Na campanha 2015/2016 esta organização laborou 1,2 milhões de quilos de azeitona e, este ano, esse valor não chegou às 600 mil quilos.
Na campanha 2016/2017, que ainda a ser fechada, estimam-se quebras na ordem dos 60% em concelhos do Baixo Corgo e Cima Corgo, inseridos na Região Demarcada do Douro. Em Trás-os-Montes, estima-se uma quebra entre os 15% e 20%.
A região de Trás-os-Montes e Alto Douro produz, em média, cerca de 13 mil toneladas de azeite por ano, o que equivale a cerca de 11% do azeite nacional.
23/02 11:58: correção de erro: em vez de “600 mil toneladas” são “600 mil quilos”. Obrigada ao nosso leitor Luís pela chamada de atenção.
Fevereiro 22, 2017
600 mil toneladas?????? De certeza? (Corrija PF)
Fevereiro 23, 2017
Olá Luís, bom dia.
Agradeço a sua chamada de atenção. Efetivamente são 600 mil quilos e não 600 mil toneladas. Os números já foram corrigidos.
Obrigada por nos seguir de forma tão atenta.
Helena Margarida
(Chefe de redação UTAD TV)