Rádio debateu-se no Porto
Dia Mundial deu o mote para o 1.º Encontro do GT
O tema do Dia Mundial da Rádio deu o mote para o 1.º Encontro do Grupo de Trabalho (GT) de Rádio e Meios Sonoros da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM), que decorreu esta sexta-feira na Universidade do Porto.
Francisco Sena Santos, professor da Escola Superior de Comunicação Social (ESCS), e João Paulo Baltasar, diretor de informação da Antena 1, foram os convidados de uma conversa que antecedeu a reunião do grupo de trabalho.
“A Rádio és tu!”
Neste debate, a paixão esteve presente nas vozes dos oradores. Não: não se trata de parcialidade do jornalista; trata-se de um facto. Por entre histórias, refletiu-se sobre este meio de comunicação.
João Paulo Baltasar trouxe a jornalista da Antena 1 Rita Colaço para discussão, através de um vídeo. A propósito do seu podcast “O Som da minha vida”, Colaço deu uma entrevista a Baltasar. Uma das grandes conclusões da jornalista é o modo de como a informação é dada: “A notícia é a mesma e é contada da mesma forma com imagem, com texto e com som!”, referiu.
João Paulo Baltasar fez referência ao lema do Dia Mundial da Rádio deste ano: “Este mote “A rádio és tu!” devia estar afixado nas redações!”, defende o radialista para logo a seguir enunciar a razão “Nós falamos para as pessoas!”
Francisco Sena Santos defendeu, por sua vez, que “A rádio não abusa das pessoas” ao contrário da televisão. E apontou exemplo do mau tempo que se fez sentir, há alguma semanas, criticando a forma de como as televisões realizaram a cobertura, “ocupando tempo dos telespetadores”.
O professor também se referiu ao desinvestimento das rádios nas madrugadas, dizendo que a rádio “não era só música”: “A rádio é uma voz que faz companhia!”, disse.
“A rádio tem de sair para a rua!” – João Paulo Baltasar
Questionado por um elemento da plateia sobre se os sotaques também têm lugar na rádio, João Paulo Baltasar foi perentório: “(O sotaque) deve ser acarinhado! Se o país é diverso, tem de estar representado na rádio!”, referiu o jornalista.
A recente polémica da reorganização das delegações da RTP no país veio à baila, com uma pequena referência na intervenção do diretor sobre proximidade da rádio: “Se tem que se fazer escolhas, devemos investir no interior, em zonas mais afastadas” dos grandes centros.
“A Antena 1 tem de contar melhor o mundo, (…) tem de se soltar da agenda!”, defende o diretor de informação da rádio pública.