Dirigido por Kim Tae-Joon, Unlocked é um thriller psicológico sul coreano que aborda a invasão de privacidade, a perseguição e o perigo das tecnologias.

A narrativa desenvolve-se em torno de Lee Na-Mi (Chun Woo-Hee), uma jovem que vê a sua vida mudar após perder o seu telemóvel. O dispositivo acaba por cair nas mãos de Oh Joon-Yeong (Yim Si-Wan), que instala um spyware e após devolver o dispositivo a Na-Mi, começa a espiar cada detalhe da vida dela, incluindo as suas conversas, a sua localização e tudo o que ela faz no seu dia-a-dia. Ao mesmo tempo, a polícia investiga uma série de assassinatos e descobre que o criminoso usa a mesma tática de Joon Yeong para perseguir as suas vítimas.

A abertura é um dos pontos fortes do filme, uma vez que destaca o telemóvel não só enquanto parte da rotina diária da protagonista, mas como futuro ponto de viragem da história, sendo este o catalisador de toda a ação. Para além disso, a música alegre que refletia a vida feliz de Na-Mi começa a mudar, ficando cada vez mais lenta e distorcida, provocando uma sensação ominosa de que algo mau está prestes a acontecer.

As atuações de Chun Woo-Hee, que consegue transmitir a paranoia, desespero e vulnerabilidade da protagonista e de Yim Si-Wan que, com a sua performance apresenta um antagonista misterioso e perturbador, fazem com que o espectador se sinta como se fizesse parte da ação, partilhando o sentimento de desespero da protagonista.

Apesar de o filme conseguir manter a tensão ao longo da narrativa, o final deixa um pouco a desejar, uma vez que acaba sem explorar as consequências da perseguição e invasão de privacidade que a protagonista sofreu, perdendo assim o impacto da crítica sobre vigilância digital e privacidade que o filme pretende passar.

“Unlocked” é um filme que não só entretém como também faz refletir. Este consegue destacar-se pelo seu tema atual e pela sua capacidade de manter um ritmo tenso e envolvente, com boas atuações e uma atmosfera inquietante.