Uma nova casa…
TOI-700e, um planeta desconhecido para muitos, mas que dá muitas esperanças aos cientistas.
Sou só eu que acho que não estamos sozinhos no Universo? Como é que possível que, com um universo quase infinito pelo que conhecemos, nos achemos tão superiores ao ponto de acharmos que somos os únicos seres neste mundo?
Uma das coisas que mais me intriga é a possibilidade de vida noutros planetas e, a meu ver, essa possibilidade não só é real, como é simplesmente uma questão de tempo até ser comprovada. Não me refiro a Aliens com naves espaciais e sociedades super evoluídas – embora ache que também são possíveis -, mas sim a vida no seu estado mais básico e puro, com pequenas criaturas e plantas, talvez.
E essa vida que eu falo pode ser possível, num lugar desconhecido para a quase totalidade das pessoas que habitam o planeta ao qual chamamos nosso. TOI-700e é o sitio a que me refiro. Descoberto à pouco tempo, este planeta rochoso está a dar muitas esperanças aos cientistas quanto à possibilidade da existência de vida.
TOI-700e! Não sei se posso chamar este nome de criativo ou se devo acusar os cientistas de falta de criatividade. No entanto, estes nomes, que quase parecem números de série de uma fábrica, são importantes para catalogar os milhares de planetas descobertos.
O que faz um planeta ser considerado possível para habitar é a sua dimensão, massa e a proximidade à sua estrela. TOI-700e é um planeta rochoso, condição essencial para que seja habitável e está localizado a 102 anos luz da Terra. Este planeta tem uma massa de 0,82 vezes a da Terra e o seu raio é de 0,95 vezes o do nosso planeta, o que faz com que este novo mundo esteja dentro dos parâmetros para que possa ser considerado como habitável por humanos.
Estas medidas são muito importantes para os cientistas pois, caso um planeta tenha uma massa e uma dimensão muito grandes, a sua força gravitacional pode ser muito forte, o que faz com que a gravidade, caracterizada por nos prender ao chão, nos empurre e esmague devido, talvez, a uma vontade enorme de nos abraçar.
Uma das características mais diferentes das da Terra é o tempo que o planeta demora a dar uma volta à sua estrela. Neste caso, TOI-700e demora somente 28 dias a completar uma volta, um valor significativamente abaixo dos 365 dias que a Terra precisa para dar uma volta completa ao Sol.
Mas será que a vida neste planeta seria sustentável? A verdade é que a vida muito dificilmente será igual em qualquer outro planeta pois cada planeta é único e as formas de vida têm que se adaptar ao que as rodeia e ao meio em que estão inseridas. Talvez não haja pinheiros, eucaliptos e carvalhos, talvez não haja rosas, tulipas ou girassóis, mas as possibilidades de novas espécies são bastantes e impensáveis.
A vida no planeta Terra está a evoluir a passos largos e a tecnologia que teremos no futuro talvez nos permita visitar estes planetas e ver realmente como eles são, mas o ser humano tem que sofrer alterações profundas.
Desde que a raça humana chegou ao planeta Terra que o vê como um meio para atingir seja lá o que for que os humanos queiram atingir. A ideia de preservar o planeta é um tema falado atualmente pois chegámos ao ponto em que a nossa existência está a magoar o sítio que nos permite viver. Faz-me lembrar aquela imagem de alguém em cima de um ramo de uma árvore que está a cortar o ramo em que está sentado.
Graças a nós o planeta está a sofrer, mas é também graças a nós que ele pode recuperar. Talvez não seja TOI-700e, talvez seja outro planeta qualquer, talvez esta frase até deva ser dita no plural, mas a verdade é que a Terra é o sitio onde nascemos, de onde viemos, mas não necessariamente tem que ser o sitio onde vamos ficar para sempre.
Eu aguardo ansiosamente por mais descobertas e mais explicações, e talvez um dia o “talvez”, que é obrigatoriamente usado neste tipo de assuntos, se torne em certezas. Até lá, vamos continuar a preservar o que temos, pois se não o fizermos podemos chegar ao ponto de não vermos esse dia chegar por culpa própria.