“Toc Toc” é um filme de comédia espanhol, inspirado na peça francesa Toc Toc de 2005 da autoria de Laurent Baffie. Anos mais tarde, foi então traduzida para a língua espanhola e lançada em 2017 para o mundo, fazendo furor na bilheteira de Espanha, por um longo período de tempo.

A comédia em causa retrata de forma descontraída, descomplexada e divertida o TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo), uma doença mental real e que afeta tantas pessoas no silêncio.

Com base no cenário perfeito, a ação desenvolve-se num consultório de psiquiatria, onde cada paciente vai chegando para ter uma consulta com o Dr. Palomero. Mas é aqui que se dá o “golpe” do esquema. Levados pela “cantiga” da rececionista da clínica, que vai informando um a um, de um suposto atraso num voo que o Dr. Palomero se encontrava a fazer de regresso, para os atender, os pacientes, com conversas entre si e trocas de informações, apercebem-se que todos têm a consulta marcada para a mesma hora, às 16:00 horas da tarde.

Intrigados com as circunstâncias e com a “alhada” onde foram parar, vão reparando nas peculiaridades uns dos outros e tentando conhecerem-se melhor. Nascendo o “ninho” ideal para o retrato de uma história de seis personagens com o transtorno obsessivo-compulsivo.

De facto, assumo que este filme nos faz alargar os horizontes sobre um leque vasto de doenças mentais, que tanto afetam a saúde a paz de quem as tem, sem as ter escolhido. É uma comédia muito bem estruturada e “desenhada” que demonstra com leveza, aquilo que deve ser um terror para quem vive esta realidade de perto.

Entre risos à mistura e muitos sorrisos arrancados, “Toc Toc” leva-nos à reflexão, à imaginação. Torna-nos mais sensíveis àqueles que nos rodeiam e toca o coração de quem se deixa abraçar pela individualidade de cada um.

É uma comédia extraordinária pelo tema que aborda e completamente intemporal, talvez me dê vontade de a voltar a ver, pelo gostinho especial que deixa no que toca a empatia.