Lançado em 2025 com 10 faixas, o álbum Skeletá da banda sueca Ghost, é uma combinação genial de teatralidade, crítica religiosa, solos de guitarra grandiosos e ironia blasfémia.

Ao longo do álbum são abordados temas como a manipulação emocional, o fanatismo, o luto, e até mesmo uma forma de amor perturbado.

Desde os primeiros segundos de “Peacefield”, faixa de abertura, fica bastante claro que Skeletá não se acanha em termos de grandiosidade. O vocalista Tobias Forge encarna um novo personagem, o Papa Perpetua, e apresenta vocais dramáticos e letras que sugerem mais do que explicam. Tudo isto é acompanhado por um delicado canto coral que reforça a solenidade e teatralidade da faixa.

Canções como “Lachryma” e “De Profundis Borealis” destacam-se pela forma como equilibram agressividade e delicadeza, um traço já característico da banda. Por sua vez, “Missilia Amori” mistura glam rock dos anos 80 com uma letra irónica repleta de tensão emocional, resultando numa das faixas mais provocadoras e talvez surpreendentes do álbum.

A letra de “Satanized vai além de uma simples menção ao diabo e explica como a imagem do mal é utilizada por sistemas de poder que manipulam através do medo. Já “Marks of the Evil One” oferece uma crítica subtil aos “messias” que aparecem em tempos de incerteza, levantando questões sobre fé e autoridade.

Mesmo abordando temas pesados, Skeletá evita a melancolia ao incorporar o humor sombrio e teatral, tornando o álbum cativante e viciante. Este é um retrato artístico dos tempos turbulentos, combinando inteligência, teatralidade e provocação.

Uma coisa é certa, “if you have ghosts, you have everything”.