Rosas murcham, Direitos não
No sábado, dia 8 de março, foi celebrado o Dia Internacional da Mulher, um dia dedicado à luta feminina pela igualdade e à celebração de todas as mulheres. Nesta data tão importante, dei por mim a pensar sobre o que realmente significa este dia e, por isso, decidi fazer uma pequena viagem no tempo para também eu homenagear todas as que lutaram por nós e pelos nossos direitos.
Qual é a origem do Dia Internacional da Mulher?
Atualmente, é celebrado todos os dias 8 de março, mas saibam que nem sempre foi essa a data. As origens remontam ao início do século XX, 1909, quando o Partido Socialista da América decidiu celebrar o dia 28 de fevereiro pela primeira vez, em homenagem às 15 mil mulheres que lutavam contra as más condições de trabalho e salários baixos em Nova Iorque.
No ano seguinte, Clara Zetkin propôs que o dia fosse celebrado em larga escala, numa conferência internacional de mulheres socialistas na Dinamarca. A ideia foi “aprovada” com unanimidade pelas 100 mulheres presentes. Nos próximos anos, diversos países passaram a assinalar o Dia Internacional da Mulher.
E agora vocês devem estar a pensar “como passou do dia 28 de fevereiro para o dia 8 de março?”
De acordo com a Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres, esta transição de data deu-se em 1917, quando um grupo de operárias russas fizeram greve e protestaram por melhores condições de vida, trabalho e contra a I Guerra Mundial. Estes protestos tiveram como mote “pão e paz” e embora tenham sido brutalmente reprimidos, marcaram o início da Revolução Russa e a nova data, 8 de março, para o Dia Internacional da Mulher.
Qual é o significado atual?
Depois de tantos anos e de tantas lutas vencidas, as mulheres ainda enfrentam desafios, como a desigualdade salarial, a violência de género e a desvalorização em ambientes políticos, empresariais e académicos em diversos países. É inaceitável que, em pleno século XXI, milhares de mulheres ainda vivam com restrição de direitos.
É fundamental compreender que este dia não deve ser apenas uma data a celebrar, mas um momento para refletir e agir. A verdadeira evolução só virá quando todos percebermos que esta não é uma luta exclusiva do sexo feminino, mas sim uma questão de justiça.
As flores murcham, os presentes e elogios são bonitos, mas não substituem a necessidade de mudar culturas e mentalidades enraizadas na sociedade.