Resoluções de ano novo não mordem e são recomendadas
Numa conversa recente com um amigo, onde falávamos sobre as nossas resoluções para este novo ano, ele confessou-me que não é fã desta época do ano. Não pelo facto de parecer que todas as pessoas ficam com o “bichinho” de mudar algo em si mesmas ou se tornarem a sua melhor versão, mas porque surgem sempre vários artigos sobre o tema, onde apenas se critica esta vontade de mudar.
Ele tem o seu ponto e, em parte, concordo com ele.
Para muitos, o início de um novo ano é sinónimo de reflexão sobre o ano que passou e definição de novas metas para o ano que se inicia.
A verdade é que, durante todo o ano, a motivação para mudar/melhorar algo nas nossas vidas pode não ser constante e intensa, e isso é completamente normal. É também verdade que, normalmente, este desejo de evoluir se intensifica em duas épocas específicas do ano.
Uma delas, e a mais óbvia, é quando um novo ano se aproxima.
É por esta altura que começamos a ouvir a Amélia dizer que, a partir do ano novo, vai começar a seguir uma dieta mais saudável e “é desta” que se inscreve no ginásio. O André a afirmar que vai, finalmente, se dedicar e aprender a tocar piano. A Matilde a expressar que pretende começar a beber 2 litros de água por dia porque “melhora imensooooo a pele” (ela viu no TikTok). A Maria a revelar que a sua resolução de ano novo é estar mais presente e refletir sobre as suas escolhas e opções com mais frequência. E, por último, o Kiko a jurar que este é o ano em que vai deixar de pedir boleia aos pais e se vai dedicar a tirar a carta de condução (os pais mal podem esperar).
Mas setembro é, também ele, sinónimo de mudança.
As férias de verão, onde a rotina se dissolve nas ondas da praia, chegam ao fim. Uns voltam ao trabalho, outros à escola, mas a rotina recomeça para todos, até para os animais de estimação.
Estes “novos começos” são a altura ideal para efetivamente implantar novos hábitos que sempre ambicionamos mas que nunca tivemos a “coragem” e disciplina para adotar.
Claro que muitas destas novas mudanças e intenções podem não ser implantadas com o sucesso esperado, mas não é isso que nos define como seres humanos?! Tentar uma e outra vez?
Vejam, por exemplo, Portugal no Festival da Eurovisão. Os portugueses já tinham perdido a conta a todas as vezes que participaram do concurso musical, sempre com a esperança de vencer, até que, finalmente, em 2017, Portugal fica em primeiro lugar.
Por vezes, para que a vida se torne mais leve e fácil de suportar, basta ter esperança de que o novo ano será mais simpático connosco e irá sorrir mais vezes para nós.
E os críticos das metas de ano novo? Secalhar, para o próximo ano, devem tentar cumprir o desafio: “em 2026 não irás criticar a vida alheia se essa não afetar a tua”.