Portugal na corda bamba
Portugal é conhecido como a terra do fado e do cravo revolucionário, mas também é, sem qualquer dúvida, o país da polémica quase constante no parlamento. Entre promessas rasas e debates inflamados, há sempre alguém que tropeça e, inevitavelmente, é convidado a fazer as malas.
E por falar em malas, o Chega parece ter protagonizado o drama das últimas semanas. Quem diria que, no partido que mais argumenta contra “ladrões”, haveria um entre eles? Pois é, seja em Lisboa ou nos Açores, a estratégia parece ser sempre o mesma: pegar na mala errada e sair como se não tivesse acontecido nada. Uma história no mínimo digna de um guião de novela barata. Mas talvez o verdadeiro problema seja o salário de deputado. Parece que afinal não é só o povo que recebe mal, o salário dos políticos também não deve ser assim tão apelativo quanto imaginávamos.
Enquanto isso, Portugal segue na corda bamba, todos falam de justiça e de moral, mas no final é tudo igual.
Em Lisboa, o cenário merece um palco digno de tamanho enredo. A Operação Tutti-Frutti veio agitar ainda mais a política nacional, mas parece que os nossos representantes vão precisar de muitos ensaios para explicar as trocas de favores, os cargos prometidos e os concursos manipulados. No final, é como sempre ouvi dizer: quem tem amigos, não se dá mal.
Na Assembleia, a discussão continua. Os políticos falam e falam, mas as soluções para os verdadeiros problemas na economia e na saúde parece que não estão à venda nem na “vinted”.