John Galliano: Entre a Genialidade e a Loucura
Genial? Revolucionário? Excêntrico? Ousado? Polémico? Louco? No mundo da moda todas estas questões são associadas a um nome: John Galliano. Por um lado, amplamente reconhecido como um dos estilistas mais revolucionários e importantes da história da moda, capaz de transformar as suas coleções em verdadeiras obras de arte. Por outro, a sua excentricidade e teatralidade frequentemente o levaram a ultrapassar a linha entre a genialidade e a loucura.
À frente de marcas como a Dior e a Maison Margiela, Galliano organizou desfiles extravagantes, teatrais e até um tanto perturbadores, onde fundia influências históricas, culturais e literárias. A sua obsessão pelo espetáculo levou a que as suas criações fossem criticadas pela falta de utilidade pois, apesar da sua beleza e criatividade, estas pareciam ser feitas apenas para a passerelle e não para uso quotidiano.
No entanto, tão grande foi a sua ascensão como a sua queda. A carreira de Galliano sofreu um abalo devastador em 2011, quando foi demitido da Dior após fazer comentários antissemitas. Além disso, foi condenado por má conduta num julgamento em França, o que intensificou as críticas e a controvérsia. O álcool e as drogas que consumia para lidar com a pressão do trabalho agravaram a sua situação e este acabou por ser internado numa clínica de reabilitação.
Apesar de tudo, Galliano mostrou a sua resiliência ao voltar ao mundo da moda como diretor criativo da Maison Margiela em 2014. Continuando a explorar a moda como forma de arte, o estilista de alta-costura prova que a sua genialidade permanece viva.
John Galliano é, sem dúvida, um dos maiores nomes da moda contemporânea, mas o seu percurso também serve como lembrete de que a genialidade muitas vezes caminha lado a lado com o risco de perder o controlo.