Na era digital é comum ouvir que os jovens não gostam de ler livros por não terem paciência para tal, mas passam horas a ler informações e comentários nas redes sociais. Com o surgimento do e-book, deu-se início a um fenómeno que apelidei de “Guerra dos Livros”.

A “Guerra dos Livros” entre os que preferem a leitura tradicional e os que adotaram a leitura digital. É como se de um lado estivessem os amantes dos livros físicos, apaixonados pelas capas coloridas e pelo inconfundível aroma a páginas novas quando abrimos um livro pela primeira vez, e do outro os adeptos dos e-books, os que não dispensam a praticidade de transportar uma biblioteca num pequeno dispositivo, as novas formas de interação e a facilidade de acesso.

Mas será que estas evoluções se traduziram num aumento do número de leitores?

O hábito de leitura, aparentemente, não sofreu grandes alterações a nível de adesão ao digital. Quem gosta de ler continua o hábito independentemente do formato escolhido. Sabemos que os jovens leem muito pelas suas necessidades académicas, mas existem os que influenciados por comunidades como o Booktok, adquiriram curiosidade e vontade de iniciar o seu percurso literário.

Haverá livros enquanto houver histórias para contar e almas a querer com eles sonhar. Os livros sempre foram a arte de mostrar diversos mundos, apenas em palavras escritas numa folha de papel e os leitores sempre foram eternos sonhadores, que neles viram a hipótese de voar sem precisar de sair de casa, a hipótese de conhecer centenas de personagens e universos feitos de papel.

A verdade é que nesta “guerra” não existe um vencedor, os livros nunca vão deixar de ser uma escolha para os que realmente querem cultivar o hábito da leitura. Estes debates só nos provam como a literatura é eterna e realçam a importância das gerações mais novas até às gerações mais idosas, de explorar os diferentes géneros literários e desenvolver o espírito crítico que a leitura fomenta.

“A leitura engrandece a alma” (Voltaire)