“Tens de seguir mestrado!”, “Devias tirar uma licenciatura, então não é isso que queres?”, “Não vás para onde não tens segurança, devias seguir outro caminho!”.
Quantas afirmações destas já ouviste? Pois, deduzi a resposta. Deixa-me dizer-te que não estás sozinho!

A sociedade tende a traçar o nosso caminho mesmo antes de nascermos. Quando ainda somos crianças, cheios de sonhos e ambições, influenciam-nos a habitar em profissões que pouco nos definem. “Tens de seguir medicina, é aquilo que te vai sustentar!”, “Olha que quem vai para engenharia sai de lá muito rico!”.

Todos os dias, somos obrigados a tomar decisões sob a conduta dos outros, de uma humanidade convicta em autênticos estereótipos e normas. “Não sejas demasiado barulhento, vais chamar à atenção!”, “Não faças isso, os outros estão a olhar para ti!”.

Observam-nos de entre a janela e categorizam-nos como se fôssemos capas de revistas numa estante que tem pouco de culta. Há quem diga que faz parte do caminho seguirmos o que a massa social quer. Outros reduzem-se à sua insignificância e acreditam que a felicidade não é para eles.

Isto não é uma crítica, nem tampouco um texto de opinião. Se devia o ser? Não faço ideia, nunca gostei de estar numa caixa escura onde as paredes são moldadas pelos que estão cá fora. Não gosto de me sentir sufocado pelos padrões escritos por velhos livros cheios de pó. Não gosto de bocas alheias, nem protestos absurdos.

Tenho 20 anos. “Quem me dera ter essa idade, aí vivia como ninguém!”, diziam-me um dia destes.
Tenho 20 anos e pergunto-me: em que mundo vivo? Num mundo onde a liberdade é cada vez mais condicionada? Num mundo onde ser livre é sinónimo de exagero? Num mundo onde ser diferente é sair da “normalidade”? Num mundo onde a fome e a pobreza assistem? Num mundo onde a saúde e a habitação são o maior de todos os problemas? Num mundo onde a guerra é um meio para conseguir chegar a um grande fim? Num mundo onde a extrema-direita quer o poder? Num mundo onde julgar, matar e violentar é aceite? Num mundo onde a mulher é menos que o homem? Num mundo onde as redes sociais são um reflexo da sociedade?

Tenho 20 anos, e agora? Achas que é neste mundo que quero viver?