Trinta anos de Filandorra. Quinze anos de “Auto da Barca do Inferno”
Companhia de Teatro do Nordeste apresenta obra de Gil Vicente às escolas da região
A Filandorra – Teatro do Nordeste conta trinta anos de história nos palcos e metade de “Auto da Barca do Inferno”. Para comemorar as datas, dá início esta tarde, 31 de janeiro, no Grande Auditório do Teatro de Vila Real, ao Ciclo de Teatro Vicentino.
A peça, encenada a pensar no público das escolas da região, uma vez que “Auto da Barca do Inferno” é parte integrante do programa curricular da disciplina de português do 9º ano, vai ser precedida de uma introdução didática de forma a contextualizar as componentes do texto dramático.
Habituada a atuar para este tipo de público, a Companhia de Teatro, não descura a importância que tem a compreensão deste auto vicentino pelos alunos. Assim, e de forma a ir ao encontro dos seus interesses, a peça, encenada pelo diretor da Companhia David Carvalho, sofreu algumas “atualizações”. Uma “roupagem” com um sentido pós-moderno, fundamentado pela metáfora de que, “no ponto que acabamos de espirar, chegamos subitamente a um rio, o qual per força havemos de passar em um de dous batés que naquele porto estão”, a uma estrada dos dias de hoje (IP4), que tanto pode simbolizar o percurso para a vida ou o percurso para a morte.
É importante reforçar que o texto original é “fielmente respeitado, o que sofre atualização no espaço e tempo modernos é a galeria de personagens vicentinas”. Figuras que vão viajando ao som de ícones musicais da atualidade e desfilando sob guarda-roupa vistosamente contemporâneo.
Estreado em 2002, “Auto da Barca do Inferno” é um texto de referência da dramaturgia portuguesa e já foi visto por mais de 50.000 alunos do 9º ano nas 285 representações levadas a cena por esta Companhia por toda a região, em jeito de “aula viva” sobre Gil Vicente, contextualizando em palco a conjuntura social, histórica e cultural da época.
Depois de Vila Real, este Ciclo de Teatro Vicentino entra em digressão com espetáculos já agendados para as Escolas de Castelo de Paiva, Santa Marta de Penaguião, Mirandela, entre outros.
O espetáculo conta com as interpretações de Bibiana Mota, Bruno Teixeira, Sofia Duarte, Helena Vital, Anita Pizarro, Gonçalo Fernandes, António Nascimento e Silvano Magalhães.