“Campus Global” é o nome da rubrica que reúne um conjunto de trabalhos realizados por alunos do 3º ano de Ciências da Comunicação, na cadeira de Webjornalismo, com entrevistas a alunos estrangeiros que se encontram a estudar na UTAD no âmbito do programa ERASMUS.

Nascida no Brasil mais concretamente em Viçosa, Minas Gerais, Marcela Resende de 23 anos, estuda na Universidade Federal de Ouro Preto em Mariana.

Graças a um edital que a Diretoria de Relações Internacionais da sua universidade brasileira divulgou, Marcela viu uma oportunidade única de embarcar numa experiência de Erasmus. “…vi a oportunidade e eu me inscrevi e procurei saber sobre as universidades que tinham vínculo com a minha”, contou.

Admitida em meados de outubro na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Marcela foi a primeira aluna da sua universidade a dar entrada aqui no distrito de Vila Real, numa experiência que terá a duração de um semestre.

Decidiu candidatar se à UTAD, explicando que o fez devido às imagens que lhe surgiram numa pesquisa do Google, relativamente ao campus universitário. Mas principalmente devido aos preços habitacionais que apesar de altos ainda se encontram muito abaixo dos preços das grandes metrópoles do país. “Pesquisei sobre a UTAD e Vila Real, me apaixonei pelo que vi na Internet. A questão dos preços também, Vila Real ainda é mais barata que outras cidades de Portugal e isso foi outro fator que motivou a escolha”, disse.

A apostar nas aprendizagens na área da comunicação, a própria afirma que apesar da semelhança em termos linguísticos, sente diversas dificuldades em entender certos discursos dos alunos e professores portugueses. “Senti muita dificuldade, no início me parecia até outra língua, o sotaque para mim era um entrave na perceção do que as pessoas e os professores diziam”, acrescentou.

Tão semelhante, mas ao mesmo tempo tão distinta, a questão da língua não foi a única grande diferença que a jovem encontrou entre estes dois países separados por um oceano. “Me custou muito a adaptar ao clima! Aqui em Vila Real é muito frio e eu no Brasil não estava habituada a isso”. Tendo conhecimento histórico de Portugal, Marcela refere que quando chegou à sua nova casa, as suas expectativas caíram por terra e conheceu um Portugal que não imaginava. “Imaginava Portugal duma forma muito diferente da realidade, mas devo admitir que estou impressionada, mas pelo lado positivo… Portugal consome muita cultura Brasileira e isso ajudou bastante a atenuar as saudades de casa”, referiu.

O ensino foi outro ponto que salienta bastante. Marcela afirma que existem diferenças neste setor, entre os dois países e vê isso como um ponto positivo para o seu percurso académico: “…existem diferenças nas aulas do Brasil e de Portugal, mas vejo isso como algo positivo, assim tenho dois olhares e duas perspetivas do mesmo assunto o que me fará ter um maior crescimento académico”.

Porto, Braga e Lisboa foram outras cidades que Marcela quis visitar no seu tempo de estadia em Portugal. “Nos finais de semana sinto me muito sozinha porque Vila Real fica vazia porque todo o mundo vai embora e volta para casa, então aproveitei e com mais pessoas de Erasmus, já visitei 3 cidades portuguesas”, contou.

Quando a sua experiência terminar, a aluna voltará para o Brasil, mas prometendo voltar para visitar pessoas e amigos que já conheceu: “gostaria que surgisse uma oportunidade de voltar a estudar ou uma oferta de emprego aqui em Portugal, mas volto sem dúvida para visitar os amigos que fiz enquanto estive em Erasmus e tenciono manter contacto com os mesmos”.

Francisco Pinto e Filomena Gois