“Campus Global” é o nome da rubrica que reúne um conjunto de trabalhos realizados por alunos do 3º ano de Ciências da Comunicação, na cadeira de Webjornalismo, com entrevistas a alunos estrangeiros que se encontram a estudar na UTAD no âmbito do programa ERASMUS.

Bergson Freire, brasileiro, de 49 anos, conta a sua história desde que chegou a Portugal. Ingressou na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) em março do ano passado, no mestrado de Gestão de Serviços de Saúde. A escolha deveu-se ao seu anterior trabalho, ainda no Brasil, na área de gestão de uma secretaria de saúde. Atualmente, tem apenas o estatuto de estudante, mas pretende encontrar um trabalho que satisfaça os seus objetivos.

Questionado sobre a sua aposta em Portugal, acredita que estudar no estrangeiro lhe dará melhores oportunidades no futuro, enriquecendo o seu currículo profissional.

Quando lhe surgiu a oportunidade de se inscrever no mestrado, escolheu Vila Real devido à oferta do curso pretendido, na universidade da região. Pesquisou, através de várias fontes, sobre a cidade e confessa ter gostado, uma “cidade pequena, cidade que tem tudo”.

A nível burocrático afirma que não teve quaisquer problemas em relação à UTAD. No entanto, relativamente a Portugal, confessa que as burocracias o afetaram, devido à demora da documentação necessária. Com isto, o seu visto demorou cerca de três meses e apenas iniciou o curso no segundo semestre, em março de 2022.

Calcula que a maioria dos brasileiros procure Portugal por razões económicas. O seu caso foi diferente, acabando por aproveitar a oportunidade de estudar no estrangeiro e renovar os seus conhecimentos a todos os níveis.

A nível de alojamento, confessa que é complicado encontrar quartos ou habitações em Vila Real. Após uma pesquisa constante por alojamento, afirma que teve sorte: “demorei dez dias, em busca constante para conseguir arrendar”.

Bergson admite estar a gostar da cidade, apesar de a considerar muito diferente da sua terra natal. O facto de ter vindo de um estado do Brasil com mais de um milhão de habitantes, acaba por valorizar imenso a tranquilidade e a segurança.

Revela gostar do facto de a UTAD ter o maior Eco campus do país, pois traz-lhe memórias da sua antiga universidade, no Brasil, que admite ser muito parecida.

Destaca o facto de as diferenças entre Portugal e Brasil serem imensas, principalmente o clima a gastronomia. Quanto ao clima, afirma que se está a acostumar e quanto à culinária, demonstra sentir saudades da típica comida do nordeste do Brasil, “comida muito própria e rica”.

Bergson mostra-se positivo e confiante para o futuro, e afirma que se irá acabar por adaptar aos estilos de vida e costumes portugueses.

“Ninguém é igual ao outro, nenhum lugar é igual a outro” foi a expressão usada para exprimir as lições que já retirou desta nova experiência.

No âmbito da informação, o estudante considera que Portugal está muito à frente, divulgando várias notícias a nível mundial, enquanto o Brasil se foca muito em si próprio. Com isto, afirma que não conhecia Portugal em vários fatores, mas que os portugueses conhecem bem a realidade do Brasil, a sua música, a política e a cultura no geral.

Confessa já ter recomendado Vila Real e a UTAD pela tranquilidade e paz que se vive, mas alerta sempre para a dificuldade do alojamento e para a dificuldade na oferta de trabalho a imigrantes.

Assim como muitos alunos estrangeiros, Bergson sente saudades do seu país, mas a verdade é que agora também pertence a Portugal e quando lhe perguntam se irá regressar para o Brasil “só o futuro o dirá”!

Mara Soares, Patrícia Silva e Vanessa Isabel