O atual reitor da UTAD quer afirma a instutição como sendo "de referência".

Foi na “A Voz de Trás-os-Montes” (VTM) que Fontainhas Fernandes, o reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), fez o balanço de quatro anos à frente da academia transmontana.

Na entrevista publicada na edição de quinta-feira do semanário, o reitor fez referência à diminuição de despesa como forma de fortalecimento da instituição: “Foi necessário implementar reformas estruturais essenciais para a (…) sustentabilidade que permitiram alcançar resultados financeiros equilibrados e que se traduziram na diminuição do peso do orçamento do Estado no orçamento da UTAD”, referiu o reitor ao VTM. Neste momento, segundo Fontainhas Fernandes, 57% do orçamento total da academia vem “de receitas próprias” que envolvem “uma forte componente de fundos regionais e de projetos europeus”.

As reformas estruturais envolveram, segundo o reitor, numa “organização interna, que envolveu a concentração de toda a atividade letiva e de investigação no campus” de Vila Real. O ex-DRM, a escola de Enfermagem e o Pólo de Chaves são “problemas antigos” e que foram resolvidos, contribuindo para a “diminuição da despesa”. “A sociedade civil e as instituições congéneres reconhecem hoje que a UTAD está reforçada e mais envolvida com a região do que há quatro anos”, diz o reitor.

Há uma outra questão que me parece fundamental: manter uma governação pautada por princípios de transparência e de prestação de contas, eficiência e eficácia e responsabilidade perante a sociedade.
– Fontainhas Fernandes, reitor da UTAD in VTM

Apesar do processo eleitoral estar em curso e de delinear prioridades para o segundo mandato, Fontainhas Fernandes não adianta, “ainda”, nomes para a nova equipa eleitoral: “Não se trata do programa de uma pessoa, mas sim de uma estrutura académica. Uma vez construído o programa de ação e definida a estrutura de governação, irei avaliar as pessoas com disponibilidade e perfil para assumir esse compromisso com a Universidade e a região”, diz.

Para um próximo mandato, o reitor indica o caminho para várias vertentes:  “manter o equilíbrio financeiro”, “dar continuidade às reformas estruturais”, a renovação da UTAD através do “rejuvenescimento e valorização do corpo docente” e “manter uma governação pautada por princípios de transparência e de prestação de contas, eficiência e eficácia, e responsabilidade perante a sociedade”.

“A minha candidatura a Reitor decorre da vontade de prosseguir a afirmação da UTAD como uma instituição de referência nas suas áreas de intervenção e aumentar o impacto na região”, refere.

 

“[Em 2013] a UTAD apresentava uma situação financeira delicada.”

Fontainhas Fernandes, na entrevista ao VTM, confirma aquilo que Silva Peneda havia dito na cerimónia de Tomada de Posse do Conselho Geral: “Em final de julho de 2013, (…) a UTAD apresentava uma situação financeira delicada”. “A academia reagiu e tomou decisões difíceis para garantir o equilíbrio financeiro”, diz o reitor que, garante, “nunca se falou de desemprego na UTAD nem de injustiças laborais”, privilegiando o “emprego público” em detrimento das empresas de prestação de serviços.

É preocupante a fixação de estudantes de pós-graduação e, como tal, temos de apostar numa marca diferenciadora em relação às outras instituições.
– Fontainhas Fernandes, reitor da UTAD in VTM

Convénios luso-brasileiros: “Foi possível recuperar uma parte significativa da dívida”.

A polémica dos convénios luso-brasileiros, despoletada depois de uma investigação do programa “Sexta Às 9” da RTP, não foi esquecida nesta entrevista ao VTM.

Fontainhas Fernandes referiu que a reitoria percebeu que “existia um montante significativo em atraso”, ressalvando que os convénios “funcionaram entre 2005 e 2013, um período em que não exercia funções de Reitor”.

A UTAD não pode ser prejudicada no seu todo pela pretensa atuação de apenas alguns, nem o presente da instituição julgado em função do passado.
– Fontainhas Fernandes, reitor da UTAD in VTM

Questionado pela jornalista porque nunca falou abertamente do assunto (note-se que Fontainhas Fernandes reagiu publicamente, pela primeira vez, no “Jornal Universitário” da UTAD TV), o reitor diz que entendeu que “a UTAD deveria estar representada por quem acompanhava diretamente o processo de forma a melhor esclarecer o assunto”.

A investigação da RTP mostrou documentos de transferências para professores da UTAD, documentos esses que Fontainhas Fernandes diz que a universidade “não teve acesso”, pese “embora os tenha solicitado. Estão a decorrer as necessárias averiguações” e, se os professores forem considerados culpados em sede própria, o reitor diz que a academia agirá “em conformidade”.

Fontainhas Fernandes é, para já, o único candidato a reitor da academia transmontana.

Atualização 21h41: Correção de gralhas