A prática de bullying constitui um motivo de preocupação em lares de idosos institucionalizados.

As práticas de bullying entre idosos institucionalizados têm maior incidência nas épocas de inverno e de Natal. Esta é uma das conclusões apresentadas no trabalho desenvolvido por Ana Catarina Reis, investigadora da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

A investigação “Bullying em Contexto Institucional de Pessoas Idosas incidiu sobre experiências em vários lares de idosos no concelho de Viseu e os resultados indicam que “as práticas de bullying entre pessoas idosas institucionalizadas surgem frequentemente, e os agressores, por norma, são pessoas que apresentam superiores capacidades intelectuais e saúde psíquica e física, enquanto as vítimas possuem geralmente patologias do foro psíquico”.

No estudo são realçadas a agressão verbal, com uma incidência de 100%, que ocorre quando os “agressores não compreendem e não toleram as patologias dos colegas, quando se sentem provocados pelas vítimas, ou quando não aceitam as suas histórias” e que envolve insultos, comentários desagradáveis, críticas e discriminação, e a agressão física, com 33%, “em que o agressor pode estar num quadro de demência, ou não possuir qualquer tipo de perturbações mentais”.

As testemunhas, geralmente as auxiliares e assistentes sociais, perante os atos agressivos, intervêm e tentam reestruturar “um ambiente pacífico e acolhedor”.

Na opinião da investigadora “é imprescindível investir em estratégias de prevenção, de intervenção e de correção que desincentivem comportamentos de bullying entre pessoas idosas institucionalizadas”.

A investigação foi desenvolvida no âmbito do mestrado em Serviço Social, sob orientação do docente da UTAD e diretor do mestrado, José Luís D’Almeida.