No passado dia 17 de janeiro, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) recebeu o “Encontro sobre Desafios e Políticas de Integração de Migrantes – Uma Visão Atlântica”.

Este encontro, que marcou o início de uma iniciativa que abrange países desde Portugal até à Grécia, contou com a presença do Secretário de Estado Adjunto da Presidência, Rui Armindo Freitas, e foi composto por quatro painéis temáticos, dinamizados por cerca de 30 representantes de organizações nacionais e internacionais.

Durante o encontro, foi apresentado, pela primeira vez, o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre os “Indicadores de Integração de Imigrantes”.

Outro momento de destaque foi a divulgação do estudo “A receção de refugiados em territórios de baixa densidade, 2017-2024: a atuação das instituições locais no novo modelo de dispersão geográfica do acolhimento”, desenvolvido pelos investigadores Octávio Sacramento e Pedro Gabriel Silva, do Centro de Estudos Transdisciplinares para o Desenvolvimento (CETRAD). O estudo procurou compreender a evolução do acolhimento de refugiados, sobretudo nos distritos de Castelo Branco, Porto, Vila Real e Viseu, a partir de 2017.

A investigação identificou vários desafios enfrentados durante a fase inicial do acolhimento. Entre os principais constrangimentos destacaram-se a escassez de recursos, know-how, aliada ao pouco tempo de preparação para o acolhimento; as falhas nos sistemas de tradução que compromete a comunicação com os refugiados; as estratégias insuficientes de aprendizagem da Língua Portuguesa; e a inexistência de ofertas de formação profissional e de uma estratégia integrada sustentada de inserção laboral associada à aprendizagem da língua.

“Ao longo do tempo, estes problemas organizacionais têm-se esbatido significativamente”, afirma os investigadores Octávio Sacramento e Pedro Gabriel Silva.