O que pode acontecer quando trocamos o espelho por um ecrã? Quando, em vez de olharmos para dentro, procuramos nas redes sociais a validação de quem somos?

As redes sociais tornaram-se os novos destruidores de autoestimas. Para muitas pessoas basta uma foto com menos likes, a ausência de comentários ou uma mensagem negativa para questionar “o que há de errado comigo?”. Mas porquê? Qual será a razão para a nossa autoestima ser tão abalada por opiniões de desconhecidos?

Vivemos uma mentira e sabemos, sabemos que a “vida perfeita” fabricada nas redes sociais é falsa, mas isso não deixa de gerar comparação. Todos gostamos de seguir influencers com vidas incríveis, fotos bonitas e viagens de sonho e, mesmo sem ser intencional, comparamos a nossa realidade à delas.

A expectativa por bons números nas redes pode afetar a saúde mental dos seus usuários e por isso algumas empresas já tomaram medidas que visam combater esta problemática. Recentemente, o Instagram começou a remover o número de likes nas suas publicações, a empresa justificou a decisão dizendo não querer que “as pessoas se sintam numa competição”.

Mas a realidade é que o problema não está no sistema em si, mas na forma como é utilizado pelas pessoas. Foi criada a cultura da comparação, onde a beleza e o sucesso são definidos perante os padrões inalcançáveis das redes sociais e agora pouco ou nada há para reverter.

Talvez seja tempo das novas gerações regressarem ao clássico espelho, sem filtros e redescobrir como a vida não se mede pelos números de seguidores, mas sim pela autenticidade.