“Campus Global” é o nome da rubrica que reúne um conjunto de trabalhos realizados por alunos do 3º ano de Ciências da Comunicação, na cadeira de Webjornalismo, com entrevistas a alunos estrangeiros que se encontram a estudar na UTAD no âmbito do programa ERASMUS.

Natural de São Paulo, Brasil, do Centro Universitário Barão de Mauá, Betina Balieiro, de 23 anos, candidatou-se ao programa Erasmus+, movida pela curiosidade e pela vontade de estudar noutro país. “Sempre foi um sonho fazer intercâmbio durante a graduação e, ao ingressar na universidade da minha cidade, vi que eles têm o programa de Erasmus e chamou-me a atenção”, afirma.

A estudante brasileira escolheu Portugal devido à facilidade da língua, ao interesse por conhecer outra cultura, morar noutro lugar e o desejo viajar pela europa. Ao pesquisar sobre as várias opções do país, escolheu a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), dado que, o curso que está a estudar no Brasil, Medicina Veterinária, é muito conceituado nesta universidade. O facto de Vila Real ser uma cidade pequena foi também um fator decisivo na escolha de Betina. “Ao pesquisar sobre Vila Real fiquei encantada, percebi que era uma cidade acolhedora, familiar e foi por esse conjunto de fatores que decidi vir para cá”, conta.

Quanto à escolha do curso de Medicina Veterinária, explica-nos que desde pequena que convive com animais. Devido a esse contacto próximo e à paixão que tem por eles, diz ter ficado interessada nesta área de estudos.

Questionada acerca do curso, a estudante confessa que no início sentiu algumas dificuldades, devido à organização institucional e ao funcionamento das aulas, que são diferentes do seu país, mas afirma que este está a corresponder 100% às expectativas. Aliado ao curso, o eco-campus da UTAD fascinou Betina, que diz ter ficado “apaixonada” desde o primeiro dia que entrou na universidade. “Acho o campus muito bonito, transmite-me a sensação de conforto e a vontade de querer ficar”, admite.

No que diz respeito às diferenças entre a cidade onde estuda e a sua cidade natal, Betina reconhece que são bastante marcantes. “O primeiro impacto foi na questão da segurança, apesar da minha cidade não ser muito perigosa, lá não existe isso de andar com o telemóvel na mão pela rua, foi um choque de realidades muito grande. Cá eu sinto muita vontade de andar a pé pela cidade e no Brasil isso não existe, andamos sempre de carro. Cá eu gosto muito de ir para a universidade a pé, a observar a paisagem e sei que não há perigo, sinto-me segura”, assume.

Beltina com colegas brasileiros a estudar na UTAD

Apaixonada pela cultura e pela gastronomia portuguesa, já conhece vários restaurantes, cafés e as zonas mais emblemáticas da cidade. Nas horas livres, aproveita também para viajar pelo país, à sua descoberta. Dos portugueses, confessa que, no início, estava receosa do que estes poderiam achar dos brasileiros, por não saber que informação têm os outros países acerca do Brasil. Contudo, foi-se sentindo melhor à medida que o tempo foi passando, pois “foram recetivos e tiveram interesse em conhecer, ajudar e fazer amizade.” Confessa ainda que “os portugueses foram mais recetivos e calorosos do que os alunos de Erasmus.”

A estudante chegou em setembro de 2022 e iria ficar por cá seis meses, no entanto, apesar da mudança, que considerou difícil, diz que gosta de toda a experiência e, por isso, está a tentar ficar em Portugal todo o ano letivo.

Por agora, irá voltar a casa no Natal e na Passagem de Ano, cheia de histórias para contar e com a certeza de que vai voltar sempre a Portugal.

Luísa Gonçalves e Teresa Cunha