O mundo precisa. Os peregrinos também.

Até à década de 90 do século XX, quase todo o bebé que nascia neste jardim à beira plantado recebia o Sagrado Sacramento do Batismo, qual João Baptista mergulhando Jesus no rio Jordão. Entenda-se: o Cristo! Não o JJ leonino!

A partir do momento em que derramam a água sagrada na nossa cabeça, passamos a ser as “pedras vivas” do templo do Senhor. Portanto, todos nós somos Igreja. Todos somos as ovelhas de um rebanho, liderado por um pastor. Jesus Cristo pôs nos ombros de Pedro a condução deste rebanho. Pelos séculos, foram vários os papas, vários os escândalos, várias as indulgências, até chegarmos aos dias de hoje.

No Vaticano, mora o Chico: um papa fixe! Todos gostam dele e das suas opiniões “out-of-the-box” que não cheiram a bafio como outrora.

Posto isto, percebe-se facilmente que, quando foi anunciada a vinda do papa fixe a Portugal, todos os caminhos iriam dar… ao Santuário de Fátima, aquele sítio, na Cova da Iria, onde, a 13 de maio, apareceu brilhando, a Virgem Maria.

Convenhamos: há muito tempo que percebemos que Fátima é um local de oração dentro dos portões do santuário. Fora deles, temos hotéis, hostels, residências, souvenirs de “Ar” importados diretamente da China via Hong Kong.

Portanto, não me surpreende a notícia de hoje da Agência Lusa, publicada no Público: “Uma noite em saco-cama para dois custa quase mil euros em Fátima”. Diz a notícia: “uma casa de hóspedes que funciona num edifício de cinco pisos, com 40 quartos e apartamentos, no centro da cidade, propunha, numa página de reservas na internet, uma noite para dois adultos em “quarto duplo económico” (aparentemente apenas para os dias da visita do Papa), com estada em saco-cama, por 992 euros, já sem vagas disponíveis.”

Dizem que é pecado ir a Roma e não ver o papa. Eu digo que é pecado cobrar estes preços por um mísero saco-cama. É o “custo da fé”: primeiro pagava-se o dizimo, agora paga-se o quarto.
Acreditar em alguma coisa deveria ser de borla, creio eu!

Jesus Cristo expulsou os vendilhões do templo. Continuo a acreditar que, um dia, também a Entidade Reguladora vai “expulsar” estes vendilhões modernos.

Oremos, irmãos… oremos muito! O mundo precisa. Os peregrinos também. Até porque o ordenado mínimo é pouco mais de 500€.