Companhia de Teatro recria em Canelas Arremedilho de Bonamis e Acompaniado

Num regresso ao passado e às origens do teatro em Portugal a Filandorra vai recriar o momento histórico que foi a carta de doação de um casal (pedaço de terra) de Canellas aos jograis Bonamis e Acompaniado pela corte de D. Sancho I em 1193, como paga de um arremedilho. Este documento de doação, que se encontra na Torre do Trombo, pode ser considerado “a célula originária do teatro português”.

A encenação acontece este fim de semana, no âmbito das Jornadas Medievais do Douro. Pelas ruas de Canelas, a Companhia de Teatro vai transpor a barreira do tempo e surpreender o público com um conjunto de performances medievais sob a batuta dos bobos Bonamis e Acompaniado. Não vão faltar alcoviteiras, ciganas, nobres, arautos e até a Maria Parda, personagem vicentina que “retrocede na história do teatro” com o propósito de “celebrar” o Douro.

Para além destas performances, o ponto alto da participação da Filandorra nestas Jornadas acontece no sábado à noite, com a apresentação do Arremedilho, da autoria de Manuel Igrejas, historiador, jornalista e escritor. O guião dramático do Arremedilho, em cinco atos, contempla uma “viagem” dos bobos Bonamis e Acompaniado pela história de Canelas, suas lendas e tradições, sem esquecer as figuras ilustres desta terra duriense.