O jovem de quem ainda hoje se fala e de quem nada se sabe desde o dia do seu rapto.

Ao longo dos últimos 18 anos, Manuel Mendonça tem procurado o filho Rui Pedro, raptado a 4 de Março de 1998, com 11 anos.

O pai abriu o seu coração e contou que “a esperança de encontrar o filho vivo (terá 29 anos) ainda se mantém, mas tem receio de que não o consiga integrar na família, muito em parte por poderem ter hábitos e modos de pensar diferentes.”

Manuel confidenciou que a família teve e tem de ser forte porque “desde o dia do rapto que surgiam rumores sobre a localização de Rui Pedro e existiram também pessoas a tentarem manipulá-los de forma a ganharem dinheiro, para isso ofereciam informações falsas acerca do paradeiro do jovem em troca do dinheiro, ou serviços que se julgavam capazes de decifrar o que aconteceu.”

A vida da família Mendonça nunca mais foi a mesma desde o fatídico dia 4 de Março mas a esperança de encontrar Rui Pedro com vida fá-los permanecer unidos e em busca de respostas.

Em 2015, Afonso Dias principal suspeito do caso foi condenado a 3 anos de prisão mas as respostas tardam em chegar e Manuel tece duras criticas tanto ao camionista como também à polícia que tomou conta do caso em 1998.

Para o pai de Rui Pedro, “a policia poderia ter agido de outra forma e assim ter encontrado logo o seu filho. Fala em atrasos na procura de evidências e falta de profissionalismo por parte de alguns inspetores; valoriza ainda o trabalho realizado pelos últimos responsáveis pela busca de informações, visto que nunca desistiram e apesar da falta de provas devido ao passar do tempo conseguiram dar-lhe algumas respostas que necessitava.”

A Afonso Dias, Manuel só pede algumas respostas, confidenciou que “o camionista ainda nada disse sobre o rapto, mas o pai do jovem mantêm a esperança que o suspeito acabe por cair em si e conte tudo o que realmente se passou naquele dia.”

Passados 18 anos do rapto de Rui Pedro, a família tenta impor normalidade mas Manuel confessa que “dá por si várias vezes a pensar em como seria a sua vida caso tivesse o seu filho ao lado ou como seria a vida do jovem. Diz que o menino era muito inteligente e, por essa razão, podia ter seguido as pisadas da irmã, que está quase formada em Medicina, ou podia ser o responsável pelos negócios da família na área da criação de gado e venda alimentar.”

O caso que esteve na barra dos tribunais durante 17 anos continua sem uma conclusão definitiva por falta de respostas do condenado Afonso Dias. Esta situação faz com que a família ainda não tenha as respostas suficientes para saber o que aconteceu nem como devem seguir a sua vida no futuro.

Em conversa com Manuel deu para perceber que a esperança de encontrar o filho e de poderem reatar a relação que se perdeu é grande mas será que tudo seria igual? O menino passou a adulto e a fase da juventude foi totalmente perdida pela família. Na verdade, ainda existem muitas dúvidas que pairam, será que desapareceu e continua vivo? Será que algo de mau lhe aconteceu e morreu? São várias as hipóteses que pairam mas para a família a esperança está no suspeito Afonso Dias, o único que sabe o que realmente aconteceu no dia 4 de Março de 1998 e que até agora passados 18 anos continua em silêncio.