Plataforma eletrónica quer ajudar a medir e prevenir comportamentos de violência

Já está disponível online a plataforma do Programa de Intervenção no âmbito da Violência nas Relações Interpessoais (PREVINT), também conhecido por “Projeto Violentómetro”. Este projeto desenvolvido pelo Aggression Lab da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), foi desenhado especificamente para adolescentes entre os 12 e os 18 anos, e tem vindo a ser implementado, desde 2016, em mais de uma centena de escolas de todo o país, envolvendo até ao momento cerca de 12.000 estudantes.
A plataforma foi elaborada com financiamento de fundos europeus (Portugal 2020), da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG) e integrada num programa de intervenção estruturado permitirá reforçar a intervenção no processo de consciencialização e sensibilização de adolescentes e adultos nas dinâmicas da violência nas relações interpessoais, em especial nas relações de intimidade e violência de género.
“Vários estudos têm identificado que a violência física e psicológica se apresenta muitas vezes de forma dissimulada, como ciúmes e ameaças associadas, entre outras, sendo encaradas como toleráveis e percecionadas como normais. Muitos destes comportamentos decorrem de papéis de género transmitidos desde muito cedo, aprendidos e reforçados quotidianamente, e isso permite que em nome do amor, se gerem situações de violência de diferentes tipos”, explica Ricardo Barroso, decente e investigador da UTAD e responsável do projeto.
O PREVINT procura assim ser uma nova solução para um problema complexo, sustentado em investigações no terreno. “Uma das ideias base é esta, se explicarmos aos adolescentes como funcionam tipicamente os comportamentos de agressão, os comportamentos de agressão e violência diminuem”. A intervenção sustenta-se assim no princípio de que, “compreendendo o modo como os processos de agressão funcionam poderemos aumentar nas pessoas a capacidade de antecipar e/ou terminar de modo mais rápido e eficaz esses comportamentos, evitando-se a escalada dos mesmos”, salienta o mesmo responsável

Fonte: UTAD