Projeto está a atenuar quarentena através de participação digital na criação de um espetáculo

É na Escola de Torneiros, em Vila Real, que Henrique Carioca, dançoterapeuta e doutorando em Ciências do Desporto na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), está a desenvolver o projeto “Baoba”.
Um espetáculo de matriz ambientalista que começou a ser construído para encerrar o ano letivo na escola e que agora vê a pandemia COVID19 acrescentar-lhe mais uma função: promover a atividade fisica em tempos de isolamento, confinamento ou quarentena.
Apesar da suspensão de aulas presenciais nas escolas, o espetáculo tem que continuar e, para tal, o trabalho está a ser feito em sessões digitais através plataforma COLIBRI ZOOM, onde todos os membros da comunidade da Escola de Torneiros, estudantes e docentes da UTAD, participam.
“Com este espetáculo pretende-se não só criar as bases da utilização e conhecimento das potencialidades do corpo e da expressão artística, mas sobretudo envolver, pais e encarregados de educação, corpo docente e não docente da escola, em práticas corporais e artísticas durante o período de isolamento social”, explica Levi Leonido, docente da UTAD.
As aulas ou sessões online, que decorrem às terças e quintas-feiras, tem dois tipos de participação, a primeira refere-se à relação e trabalho a desenvolver com os elementos da comunidade escolar desta escola, e a segunda tem em consideração a participação dos estudantes de mestrado em Ciências da Educação que trabalham os textos, os elementos programáticos e reúnem a listagem de materiais necessários para a construção dos adereços de cena para este espetáculo. Todo este trabalho é orientado por elementos do corpo docente do projeto, Henrique Carioca e Levi Leonido.
“Apesar de separados, os elementos de cada curso ou grupo têm funções especificamente delineadas e todos participam na atividade física e expressiva. Em salas separadas e em chat trocam-se ideias, dão-se sugestões sobre as áreas de intervenção, numa participação coletiva que enriquece a criação, mas sobretudo o sentimento de pertença na construção de um objetivo comum” sublinha Henrique Carioca.
Os resultados têm sido “muito bons” quer da parte dos alunos Pré-escolar e 1.º Ciclo, quer do corpo docente e não docente da Escola de Torneiros, mas também de Pais e Encarregados de Educação, já que as sessões diminuem as “saudades da escola” e estimulam uma “nova forma de contato”.
Opiniões partilhadas pelos mentores do projeto, pelos Mestrandos e estudantes das duas licenciaturas envolvidas que participam, integral ou parcialmente, neste que inclui a criação da banda sonora e coreografia geral a partir dos quatro elementos da natureza.
Na eventualidade de, até ao final do ano letivo, as escolas e a universidade não voltarem a ter ensino presencial, o projeto prevê a realização do espetáculo, integralmente online, recorrendo a material especializado em streaming, disponibilizado por instituição particular sem fins lucrativos, por forma a dar acesso à comunidade ao trabalho realizado a partir da parceria e relação interinstitucional entre o Agrupamento de Escolas Morgado e a UTAD.

Fonte: UTAD