Problema pode ter repercussões no futuro.

As reservas de água do país estão em risco devido às alterações climáticas e aos incêndios florestais. O alerta é de Sandra Pereira Cunha, docente e investigadora da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e coordenadora do projeto “ENERWAT”, que prevê que esta questão pode levantar grandes problemas no futuro.

A investigadora sustenta esta ideia no facto de “o uso ineficiente da água como se fosse um recurso inesgotável” levar a que, em “determinadas alturas se atinjam níveis de stress hídrico elevados”. Sandra Pereira Cunha sugere “uma gestão sustentável deste recurso como fundamental para minimizar os impactos nefastos no ambiente, e para tal são necessários estudos aprofundados sobre a ineficiência da sua utilização”, prevendo que a má utilização pode levar a escassez de água e à utilização de água não potável para usos potáveis. A investigadora sugere a reutilização de “água água residual tratada em combate a incêndios florestais e até em usos menos nobres do nosso dia a dia, como em descargas de autoclismos” como forma de “começar a mitigar a situação”.

Projeto ENERWAT estuda formas de diminuir consumos de água

Na UTAD, estuda-se há algum tempo este flagelo da escassez de água. Sandra Pereira Cunha é coordenadora do “ENEREWAT”, um projeto que, desde 2016, estuda os fatores que afetam o consumo de água em ambientes urbanos e rurais.

A investigação da academia reconhece, a priori, que há falta de informação e de avaliação sobre os padrões de consumo nas áreas urbanas e rurais. O projeto propõe-se a investigar o que afeta o consumo de água, desde o tipo de captação à distribuição. Após essa avaliação, e que permitirá identificar o que comportamentos conduzem ao consumo de água e energia, será criado um “manual de boas práticas” com estratégias para reduzir os consumos em ambiente urbano e rural.