Encontrados em Marrocos por uma equipa de investigadores que integra um docente da UTAD

Foram encontrados, em Marrocos, fósseis de trilobites recentemente datados com mais de 478 milhões de anos. Os modelos descobertos foram estudados por uma equipa científica da qual fez parte Artur Abreu Sá, docente e investigador do Departamento de Geologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Estes novos exemplares fogem ao habitual: em vez de fossilizarem apenas a carapaça dorsal, fossilizam também as patas e parte do sistema digestivo, o que é raro, uma vez que as patas eram quitinosas e decompunham-se juntamente com as partes moles das trilobites.

“Os apêndices conservam os dois ramos (locomotor e respiratório) típicos das trilobites, mas surpreende que, pela primeira vez, se consiga observar que os três pares de patas locomotoras situados por debaixo da cabeça sejam espinhosos, enquanto as patas torácicas e pigidiais são lisas”, afirma Artur Sá, no trabalho publicado na revista Scientific Reports.

As trilobites pertencem ao grupo de artrópodes marinhos e marcaram presença durante cerca de 300 milhões de anos nos mares e oceanos do Paleozoico. Entre as mais de 20.000 espécies conhecidas, existem formas lisas e espinhosas e os tamanhos podem variar de poucos milímetros a quase um metro de comprimento.

A nível mundial, foram encontradas trilobites que preservaram apêndices e partes da sua anatomia interna em cerca de dez lugares. Agora, junta-se a estes uma nova jazida de conservação chamada “Biota da Fezouata”, no sul de Marrocos.

Os exemplares descobertos e analisados encontram-se no Museu Geominero em Madrid.