Associação ambiental quer que governo português pressione encerramento da central até 2020.

| por: Bruno Fernandes e Helena Margarida

O arranque da XXIX Cimeira Ibérica vai ficar marcada por uma manifestação convocada pelo Movimento Ibérico Antinuclear (MIA). A “Concentração Antinuclear” acontece esta segunda-feira (29 de maio) na praça do Município, em Vila Real.

Colocar em marcha o encerramento da central nuclear de Almaraz, em Espanha, é o objetivo da manifestação e, em comunicado, a Quercus afirma que vai estar presente.

A participação da associação de conservação da natureza é justificada pelo facto da Quercus considerar “fundamental que o atual Governo demonstre firmeza na defesa dos interesses nacionais junto de Espanha e diga claramente que Portugal quer ser consultado sobre tudo o que tenha a ver com a Central Nuclear de Almaraz”, diz o comunicado. A associação vai mais longe e diz mesmo que governo português deve dizer que “o nosso país não quer esta Central a funcionar depois de 2020 e que a mesma deve encerrar, no máximo, por esta altura”, diz o mesmo comunicado.

Recorde-se que o governo espanhol aprovou o projeto para a construção de um armazém de resíduos nucleares junto à central e Portugal retirou uma queixa em Bruxelas. Na altura, Portugal e Espanha comprometeram-se a “encetar um diálogo e um processo de consulta construtivo com vista a alcançar uma solução para o atual litígio sobre a construção de um aterro de resíduos nucleares na central nuclear de Almaraz”, dizia a declaração conjunta dos dois países.

A manifestação inicia-se a partir das 09h30.

Deputados discutiram Almaraz… mas sem conclusões

Ainda na semana passada, no Fórum Parlamentar Luso-Espanhol que decorreu na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), o tema “Almaraz” veio a terreiro. Ana Pastor Julián, presidente do Congresso de Deputados de Espanha, ressalvava que “há um acordo entre os governos”. Apesar desse acordo, Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República, referiu que “o Parlamento Português pediu (…) que houvesse, na Cimeira, a discussão” sobre a central nuclear.

Apesar da discussão sobre o tema, o mesmo não entrou nas conclusões finais da reunião entre deputados portugueses e espanhóis. Ferro Rodrigues indicou que esse facto significava que havia “perspetivas muito próximas ou iguais” em muitos dos temas em discussão mas, sobre Almaraz, “não há, exatamente, posições iguais”, rematou.