Só no superior público, há 8 mil estudantes em espera

Mais de 13 mil estudante ainda não viram analisadas as suas candidaturas a bolsas de estudo, noticia o Jornal de Notícias (JN) na edição desta quinta-feira.

Segundo o mesmo jornal, no ensino superior público, perto de 8 mil alunos ainda não receberam qualquer resposta enquanto que, no ensino superior privado, mais de 5600 (mais de metade dos requerimentos!) ainda não sabem se terão resposta. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) diz que os atrasos se devem a “processos em análise, reclamação ou reanálise”.

A situação é denunciada pelas várias associações académicas. Rui Pedro Pinto, presidente da associação académica da Universidade Lusíada do Porto, é um dos alunos em espera no ensino privado. Ao JN, o estudante refere sentir que “nunca houve um atraso tão grande. Nos outros anos já estava a receber” que está a avançar dinheiro próprio para pagar as propinas, devido ao facto de haver coimas caso haja atraso nos pagamentos. Segundo o jornal, cada bolsa, no privado, é aprovada pelo diretor-geral do Ensino Superior após a análise de cada instituição de ensino, estando a celeridade do processo dependentes das universidades.

Ana Luísa Pereira, presidente da Federação Académica do Porto (FAP), considera os atrasos “ano após ano” de “inadmissível”. As associações exigem a celeridade dos processos de análise. “Uma espécie de contrato que daria estabilidade ao bolseiro” poderia ser a solução, refere a dirigente ao jornal. Outros dirigentes associativos referem que estes atrasos são um “empurrão” para o abandono da universidade por parte dos estudantes.

Há mais 3700 candidaturas que o ano passado e mais 7129 que há dois anos. Em janeiro, 25 mil estudantes estavam à espera de resposta relativamente à bolsa.

+ Superior também sem respostas

Contactado pelo JN, António Vasconcelos, presidente da Associação Académica da UTAD (AAUTAD), diz não saber nada sobre o programa “+Superior”, programa de apoio a alunos carenciados. O dirigente associativo diz que “a falta de respostas se deve ao atraso na análise das restantes bolsas”, visto que, para ter acesso ao programa, é necessário que os estudantes sejam bolseiros. 4902 alunos concorreram ao + Superior que disponibiliza 1320 bolsas de 1500 euros anuais cada.