Orientação vocacional e dificuldades económicas são as principais razões

As conclusões são claras: a maior parte dos estudantes que abandonou o ensino superior na academia frequentava o 1.º ano de licenciatura ou mestrado integrado. Este é o principal resultado de um estudo do Observatório Permanente do Abandono e Promoção do Sucesso Escolar (OPAPSE) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

“Os estudantes apontaram como motivos para a desistência razões de ordem económica e necessidade de encontrar um emprego.”, refere Ana Paula Silva, a pró-reitora da academia para a Gestão de Qualidade. Quanto aos estudantes “que não se encontravam a trabalhar nem a estudar”, a pró-reitora diz que os alunos apontaram “como principais motivos para a saída da universidade razões de ordem vocacional. (…) É importante referir que existe uma elevada percentagem de estudantes que tem intenção de regressar ao ensino superior, estando a UTAD nas suas opções de reingresso”, esclarece.

68% dos desistentes entrevistados frequentavam o primeiro ano de licenciatura ou de mestrado integrado, sendo os 32% restantes de outros anos. Ao todo, aceitaram ser entrevistados 72 estudantes dos 112 identificados como desistentes. Comparando com o ano letivo de 2013-2014, 81% dos estudantes que abandonaram a universidade nesse ano, frequentavam o 1.º ano.

Ana Paula Silva diz que “O abandono escolar e o insucesso escolar são hoje fenómenos bem presentes no contexto do ensino superior. O perfil estudante é cada vez mais heterogéneo a nível social, económico e cultural, o que traz alguns entraves na familiarização do estudante com a cultura vigente no ensino superior”, refere a pró-reitora.

A também responsável pelo observatório defende “a importância da monitorização do percurso destes estudantes logo no ingresso para evitar uma saída precoce”.