Incêndio que lavra desde a madrugada de domingo está por controlar

O Presidente da Câmara Municipal de Alijó, Carlos Magalhães, prepara-se para declarar Estado de Emergência Municipal. “É um alerta, é um pedido de socorro para todo o país para ver se nos ajudam”.

Em declarações à agência Lusa o autarca disse que pediu mais meios para combater o incêndio que lavra desde a madrugada de domingo e que está incontrolado.

São mais de 500 os operacionais no terreno, apoiados por 8 meios aéreos, que tentam combater as chamas. “Nós já não somos capazes de dominar isto. Os homens estão exaustos, precisamos de mais alguma coisa”, disse o autarca.

O Comandante Operacional, Pedro Nunes, fez há pouco o ponto da situação, referindo que o problema deste fogo é ser de uma intensidade tão grande “que está acima da capacidade de extinção dos meios”, não sendo possível nestes períodos, em que o fogo desenvolve tal atividade e tal velocidade de propagação, “colocar qualquer tipo de meio, seja humano ou técnico, a trabalhar em cima do fogo.”.

Durante a tarde o incêndio esteve sempre acima da capacidade de extinção dos meios aéreos e dos meios terrestres e, “quando é assim, temos de esperar que o fogo quebre o seu comportamento, que haja uma janela aberta, fruto de uma variável meteorológica para pudermos começar a trabalhar em segurança, em ataque direto”, sustentou.

Em causa não estão os meios disponíveis em combate “é mesmo uma questão de oportunidade” esclareceu Pedro Nunes. A oportunidade pode chegar durante a noite, para tal “já está feito o planeamento, vão trabalhar-se duas formas: de forma direta, ou seja, trabalhar em cima do fogo onde é possível e de forma indireta, com técnicos que dominam o uso do fogo e a análise dos incêndios florestais, naquilo que as pessoas conhecem como contrafogo”. Resta esperar “que o incêndio quebre a sua intensidade, para que seja possível trabalhar estas duas técnicas e que o fogo venha para um parâmetro que esteja dentro do domínio da capacidade de extinção dos meios”, concluiu.

Neste momento continuam três frentes ativas. “O aumento da intensidade e rotação contínua do vento, os combustíveis existentes e a orografia”, são os fatores que dificultam o trabalho dos bombeiros.

Apesar de durante a tarde terem sido deslocadas 16 pessoas das aldeias de Carlão, Vila Chã, Francelos e Santa Eugénia “por precaução, por uma questão de segurança das pessoas, retiram-se as pessoas com tempo, é uma questão de planeamento, não existem populações em perigo.

Os acessos a estas povoações continuam cortados.